Brasileiros são encontrados em situação de exploração sexual em Portugal
Uma notícia bastante triste, mas é fato real e não podemos esconder. Dezenas de brasileiros foram encontrados no último mês em situações de exploração sexual e no trabalho após serem recrutados durante movimentos de incentivo à imigração irregular para Portugal.

(Paulo Spranger /Global Imagens)
Escondidos em Paredes, após receber uma denúncia, os agentes descobriram em uma construtora sete operários que seriam recrutados no Brasil e em Portugal com promessas de bons salários, o que não acontecia. Uma prática que tem sido comum na construção civil.
Documentos foram apreendidos e os gerentes foram indiciados. Há suspeita de tráfico de pessoas para exploração no trabalho e auxílio à imigração ilegal. As vítimas teriam começado o processo para obter autorização de residência.
Com estas operações, Portugal aumenta o combate à imigração ilegal ao mesmo tempo em que flexibiliza as leis para quem busca emprego com o novo visto de trabalho regular.
As nacionalidades não foram divulgadas oficialmente, mas o Portugal Giro apurou que parte dos imigrantes foram seduzidos ainda no Brasil com promessas de uma vida e trabalho melhores, mas acabaram submetidos a situações humilhantes.
O drama só chegou ao fim porque o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) reforçou em novembro o combate contra a exploração, tráfico de seres humanos e imigração irregular.
No Porto, uma rede de exploração de prostituição identificou 25 mulheres e a maioria era brasileira. Segundo o SEF, “a organização recrutava no estrangeiro e operava em um armazém sem luz natural”.
Para evitar comunicações com o exterior, havia bloqueadores dos sinais das redes de telefonia celular. Os quartos eram pequenos e tinham grades nas janelas. O local foi fechado, três mulheres serão deportadas e os exploradores, indiciados.
O mesmo aconteceu na região de Santarém, onde inspetores começaram a investigar em 2019 um caso de exploração sexual de 50 mulheres imigrantes, entre elas brasileiras. Metade estava em situação ilegal no país.
A portuguesa proprietária do local é conhecida na região e obteve lucros “indevidos com a exploração sexual de mulheres estrangeiras, cuja atividade de cariz sexual indicia ocorrências de tráfico de pessoas”, informou o SEF.