Empresa de Portugal Abre Oportunidades aos brasileiros e Vendas crescem
Contém informações do O Globo
Uma empresa localizada em Vila Nova de Gaia, cidade vizinha ao Porto, destaca-se por sua abordagem inovadora no enfrentamento da burocracia e da escassez de mão de obra em Portugal.
Claudia Ribeiro e Hélder Magalhães, sócios da empresa, adotaram uma política que desafia a morosidade no processo de imigração, contratando brasileiros que ainda aguardam a regularização. Essa estratégia tem impulsionado significativamente as vendas da organização.
Os relatos dos brasileiros na empresa
— Os brasileiros se dedicam mais às funções porque atravessam o oceano com o objetivo de trabalhar, não de fazer turismo em Portugal — comenta Claudia. O casal de empresários lidera a Brave Defender, uma empresa especializada em captar clientes para uma das maiores fornecedoras de energia do país.
Enquanto muitas companhias portuguesas enfrentam barreiras ao contratar trabalhadores brasileiros recém-chegados, especialmente aqueles sem autorização de residência, a Brave Defender adota uma abordagem diferente.
— Contratamos com Número de Identificação Fiscal (NIF) e passaporte, mesmo sem autorização de residência, já que o processo é extremamente lento em Portugal. O sistema de imigração, apesar de acolher bem os imigrantes, apresenta sérias falhas de infraestrutura e logística — explicou Claudia. Atualmente, o departamento comercial da empresa conta com 150 colaboradores, sendo cerca de 90% brasileiros, que ela descreve como únicos em sua atuação.
— Brasileiros têm um talento especial para comunicação e vendas. Embora existam portugueses com as mesmas competências, isso é algo muito presente no DNA do brasileiro — afirmou Claudia.
O trabalho envolve vender tarifas de energia mais acessíveis em uma operação porta a porta, com jornadas que podem alcançar até oito horas diárias nas ruas. Embora desafiador, Claudia destaca que a remuneração é atrativa.
— O salário está acima da média. Eles ganham entre €2.000 (cerca de R$12.000) e €5.000 (cerca de R$31.000), valores elevados para Portugal, pois as empresas de energia oferecem bons pagamentos para esse tipo de serviço — revelou Claudia.
Com a crescente demanda por serviços, a empresa planeja ampliar seu quadro de colaboradores.
— Os brasileiros se comunicam entre si e percebem que a empresa oferece um ambiente atrativo, com plano de carreira e premiações. Continuaremos a contratar — garantiu Claudia.
A carioca Paloma Longotano, que iniciou sua trajetória como agente de vendas há dois anos, hoje ocupa o cargo de coordenadora de vendas e recursos humanos. Ela relata que a equipe alcança uma média de quatro mil vendas mensais.
— Os colaboradores conseguem organizar suas vidas, visitar familiares e ajudar quem amam. Aqui, muitos têm uma vida confortável em Portugal — afirmou Paloma, destacando sua história pessoal:
— Quando cheguei, não tinha condições nem para me alimentar. Hoje, posso escolher onde quero comer. Muitos de nós ganham mais do que médicos ou advogados. Viemos de histórias marcadas por dificuldades — contou Paloma, que anteriormente era baterista da banda Agnela.
Leonardo Tavares, também carioca, juntou-se à empresa em maio deste ano. Já morando há algum tempo em Portugal, ele reconhece a importância de ter um emprego digno.
— Tenho um amigo que chegou aqui disposto a limpar banheiros, como ele mesmo diz. Poucos meses depois, já estava ganhando €3.000 (cerca de R$19.000). Muitos chegam sem direção, e a empresa nos dá uma oportunidade — relatou Leonardo.
Como Se Candidatar e Saber Mais?
Os interessados podem enviar currículos diretamente pelo site da empresa. O regime inicial de trabalho é em formato de “recibo verde”, que corresponde ao trabalho autônomo em Portugal.
— Durante os dois primeiros meses, os novos colaboradores atuam como recibo verde. A partir do terceiro mês, oferecemos contrato de trabalho — detalhou Paloma.